quinta-feira, 12 de agosto de 2010

- Deus...


To chorando, você me vê? Ouve meu desabafo? Eu tenho falando tanto com você. É com você aí em cima. Faz tanto tempo que te conto as coisas que eu sinto. Sabe, às vezes eu queria que você fosse de carne e osso pra que eu pudesse olhar nos seus olhos e conseguir um abraço. É Deus, por aqui, as coisas não vão muito bem e não sei se de fato faço o certo quando me ajoelho algumas noites de angústia, ou simplesmente rezo baixinho no meu caminho pro trabalho.
Eu sigo dia após dia, me esforçando para acreditar que te tenho como meu espectador 24 horas completas, mas nesses últimos tempos, confesso que tem sido difícil. Orar, rezar, louvar, cantar um mantra, mentalizar, não sei qual a melhor forma de chegar mais pertinho, mas seja lá qual for, acho que eu já ultrapassei a todas: uso o coração.

domingo, 8 de agosto de 2010

Louca?! Pra mim não.


Preciso falar. Mas comigo apenas. Já deixei que fosse embora quem me oferecia paz interior. Já não posso mais pedir que cuide de mim. O jeito é escrever. Escrever para que de forma maquiada eu possa lamentar o que já está fadigado aqui dentro. Sentimento velho, curtido. Não há mais porque falar sobre com ninguém. O jeito é me esquecer aqui no quarto, aproveitando minha própria companhia. Eu que sou o que me resta. O jeito é gostar só do meu cheiro pra não sentir falta de um outro. Me confortar com minhas próprias palavras pra não procurar aquelas. Olhar no espelho e me satisfazer com a minha figura incompleta para não procurar aquele olhar reconfortante. Esperar que uma hora eu já não lembre mais e consiga comentar sobre o noticiário, novela ou qualquer outra coisa comum. Aguardar a hora de ir pra rua e dar boas-vindas à volta da minha alegria. E parar de me perguntar como aos 20 anos me permiti chegar a esse ponto.