domingo, 24 de outubro de 2010

Henrique.


Ontem ele disse que eu nunca escrevi nada pra ele. E me dei conta de que era verdade. Como pode?! É óbvio, boa parte do que tenho aqui, foi escrito por causa dele, mas nunca de forma direta. Ele é o tipo de amor que nunca acaba. Eu vou e volto, tenho mil relações relâmpago, paixonites, mas o amor dele tá sempre presente. Aqui dentro, quietinho. Ele é o solteirão de 30, lindo e charmoso que só de pensar, fico louca assim como da primeira vez que o vi, usando aquela roupinha branca, o Ray Ban que já é marca registrada, aquele cabelo liso que ele joga de um jeito provocante, o brinquinho na orelha e aquela tatuagem no braço. Ele é o tipo de cara que atrai mulher carente daquelas que babam o cara, só pra tirar uma foto mostrando intimidade e exibir pras outras carentes, sabe?! Vacas. Eu morro de ciúmes. Mesmo não podendo. Eu sou a carente mais carente do histórico dele. Mas eu sei que posso. Ele me diz que posso.

Perguntas estragam noites.


A gente curte. Faz charme. Vai ao banheiro toda hora reforçar o make. Fala sobre o quanto somos ocupadas. Acha incrível qualquer engana-mocinha que eles digam. E joga o cabelo pro outro lado pra mostrar o brinco que ganhamos do namoro passado, mas é claro, ele não sabe. Beija. Beijo bom, as vezes não. Finge que gosta, ou gosta mesmo. Ficamos a noite inteira com questionamentos engasgados. 
 

sábado, 23 de outubro de 2010

De Miss Sunshine à Pretty Woman



Eu sou mulher agora. Mais que muitas por aí. Eu sou por fora, o que elas são por dentro. Eu nasci do avesso. Sentimentos a mostra Em mim tudo é exposto. Eu escrevo. Eu xingo. Reclamo, exijo. Sou resistente e frágil. Durona e chorona. Porra louca e recatada. Eu olho nos olhos. Encaro. Enfrento. Ando de salto, jogo os cabelos, dou topada e continuo bancando a sexy. Eu bebo. Eu menstruo. Eu gosto das Pin Ups. Não uso mais os sapatos com números maiores da mamãe, ou roubo seus batons. Hoje em dia escolho o tamanho dos saltos e me maquio sem ajuda.
 Quando não quero, simplesmente saio de havaianas e desfilo sem make. Sou eu mesma por minha conta e risco. Já chorei ouvindo músicas da Sandy, hoje gargalho debochado com Pagú na versão da Maria Rita. Já fui meiga, hoje eu sou franca.
 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Anjo.


Se eu acredito em anjo? De hoje em diante sim. Aquele cabelo me dizia tudo. Eles são assim, eu sei. Cachinhos. Lindos cachinhos. Aqueles olhos. “Olhos de ressaca”, como diria Dom Casmurro. Quase me engoliu, aquele mar verde e misterioso. Duas janelinhas abertas para as ondas do mar, aquele olhar. E o sorriso?! Pedacinhos de nuvens brancas que me ofereciam o céu. Sim, fui passear com um anjo.Aquelas asas me levaram a um mundo de fantasias sem nem sair do lugar. Um anjo moderno, com asas tatuadas e ao invés de roupinhas brancas: bermuda e chinelo.
 

domingo, 3 de outubro de 2010

Vida de Coisa


Vida de coisa é triste. É... Coisa. Daquelas guardadas no armário com cheiro de naftalina. Aquelas que a gente nem lembra que tem, mas quando pega fica com pena de jogar fora. Coisa no cantinho da prateleira, escondidinha pra não ocupar espaço. Tem gente que é coisa. Gente que se esconde, pegando aquele cheirinho de guardado, ali no cantinho, despercebido. Gente que esquece pra que serve viver.
Esquece sua missão aqui na terra, na vida. Gente que se torna coisa ao longo da vida. Gente que assiste a vida só quando alguém abre a porta, mas logo fecha É bom tomar cuidado pra não virar coisa. Gente-coisa é do tipo que resmunga quietinho pra ninguém ouvir, mora na prateleira, na estante, no armário. Acontece.
 

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

- Deus...


To chorando, você me vê? Ouve meu desabafo? Eu tenho falando tanto com você. É com você aí em cima. Faz tanto tempo que te conto as coisas que eu sinto. Sabe, às vezes eu queria que você fosse de carne e osso pra que eu pudesse olhar nos seus olhos e conseguir um abraço. É Deus, por aqui, as coisas não vão muito bem e não sei se de fato faço o certo quando me ajoelho algumas noites de angústia, ou simplesmente rezo baixinho no meu caminho pro trabalho.
Eu sigo dia após dia, me esforçando para acreditar que te tenho como meu espectador 24 horas completas, mas nesses últimos tempos, confesso que tem sido difícil. Orar, rezar, louvar, cantar um mantra, mentalizar, não sei qual a melhor forma de chegar mais pertinho, mas seja lá qual for, acho que eu já ultrapassei a todas: uso o coração.

domingo, 8 de agosto de 2010

Louca?! Pra mim não.


Preciso falar. Mas comigo apenas. Já deixei que fosse embora quem me oferecia paz interior. Já não posso mais pedir que cuide de mim. O jeito é escrever. Escrever para que de forma maquiada eu possa lamentar o que já está fadigado aqui dentro. Sentimento velho, curtido. Não há mais porque falar sobre com ninguém. O jeito é me esquecer aqui no quarto, aproveitando minha própria companhia. Eu que sou o que me resta. O jeito é gostar só do meu cheiro pra não sentir falta de um outro. Me confortar com minhas próprias palavras pra não procurar aquelas. Olhar no espelho e me satisfazer com a minha figura incompleta para não procurar aquele olhar reconfortante. Esperar que uma hora eu já não lembre mais e consiga comentar sobre o noticiário, novela ou qualquer outra coisa comum. Aguardar a hora de ir pra rua e dar boas-vindas à volta da minha alegria. E parar de me perguntar como aos 20 anos me permiti chegar a esse ponto.


domingo, 25 de julho de 2010

E aê gata..



Já faz um tempo que não escrevo. Falta de assunto. Falar sempre de frustrações sentimentais não dá. Mas o fato é que esse é meu combustível. O que me inspira, é falar sobre conquista. Das artimanhas que o ser humano usa pra chamar atenção de alguém. Nos últimos tempos tenho me surpreendido com o espetáculo promovido pelo sexo oposto no quesito paquera. Às vezes um stand-up, às vezes um show de horrores. O fato é que conquistar é uma arte e deveria ser digno de Oscar, em alguns casos, troféu abacaxi, com direito a buzina do Chacrinha. Não vi de tudo ainda, mas já me surpreenderam bastante. Não quero aqui falar com uma velha querendo serenata na janela, mas pera lá, onde estão os torpedos sms?! Agora o legal é mentir. –Aí gata, sou jogador de futebol, estou passando férias no Brasil, mas logo volto pra Madrid! – E na volta pra casa o indivíduo toma um ônibus pra depois de Deus me livre. (Nada contra quem mora lá).
Dá até pra sentir falta da cantada do cachorrinho. Agora sou obrigada a sorrir por pura educação pra um cara que se diz ator da globo com pinta de figurante do SBT. (Nada contra também). Diante de tanta criatividade em ocultar a verdade, eu levanto a uma campanha para nós, mulheres, cansadas do blá blá blá masculino, que muitas vezes nos deixamos levar por toda essa sedução fake. Façamos a campanha: - Eu também sou estrela! Quer ver?! Leva essa minha foto autografada, aproveita e bate um papo com ela, porque nem minha mão quer te ouvir. ;)

sábado, 29 de maio de 2010

A tal da felicidade...


Felicidade – “Uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem ainda o significado de bem-estar ou paz interna. O oposto da felicidade é a tristeza. Em linguagem comum, quando se diz estou feliz, está-se a utilizar o primeiro significado: o de emoção. Enquanto que se diz sou feliz, se está a utilizar o significado de bem-estar.”


É o que me diz o wickpédia quando procuro respostas para essa palavrinha de simples pronúncia, fácil separação de sílabas, mas tão complicada quanto ao conceito. Nenhuma das definições que encontrei me satisfez. É particular. “Cada um tem dentro de si a própria felicidade”. Foi o que ouvi a vida inteira, mas discordo. Como pode uma coisa estar perdida dentro de mim?! Estou viva há 20 anos com essa coisa vagando pelo meu corpo sem que eu nem a perceba. Impossível. Sei que meu sangue está aqui e confirmar é simples, basta que eu me corte, ele vai jorrar e mostrar seu tom vermelho. Sei que meu pulmão está no lugar porque respiro, assim como meu fígado, que no dia seguinte de um porre faz questão de marcar presença para que no próximo eu não o esqueça. Mas a felicidade, essa não. Trata-se de um jogo esconde-esconde? Existe médico capaz de me abrir inteira e me mostrar? Um colírio especial que me desperte uma visão raio-x e eu identifique. “– Aaaah! fica nesse tubo que liga o cérebro ao coração!.” Uma bebida carregada no ácool que me arranque além de gargalhadas sem razão, esse sentimento tão complexo, mas com algum fundamento?! (só se o porre durar a vida inteira). Quem sabe um energético com efeito definitivo? Chega de hipóteses absurdas, daqui a pouco chego nas balinhas e posso até concluir coisas estranhas. A sorte é quem nem elas duram pra sempre.
Na verdade, felicidade é um estado de espírito. Se me sinto bem, bonita, com saúde, posso me considerar feliz. O que procuro então, não é o GPS desse sentimento, mas o veneno que possa exterminar de uma vez todos os outros que me deixam paranóica.

domingo, 23 de maio de 2010

PERNAMBUCANO



Balada ótima, ou melhor, Night! Afinal, sou carioca. Muita gente linda e patricinhas vestidas com uma roupinha que foi hit do verão que passou, mas que insiste em permanecer: a tal da saia de cós alto e o tomara que caia de coração florescente. Música alto astral, dança sensual, turbinadas e fortões desfilando pra lá e pra cá e de repente, a gente se vê. Difícil trocar olhares em meio a tanta gente se movimentando e luzes tão escuras, difícil analisar cada detalhe daquele rosto de longe. Muda o ritmo da música e as luzes piscam com mais intensidade. Opa! Olhos azuis. Dancei com vontade, olhando nos olhos, me afoguei naquele mar de olhos azuis.
– Ai meu Deus, ele vem aí! – Minha amiga me diz numa voz esbaforida. Meu ritmo se perde, danço uma espécie de sambinha ao som de eletrônica. O que eu vou dizer?! Eu vou gaguejar. Percebo quanto tempo faz que não me acontece uma coisa assim. Então, respirei e joguei os 13 anos de lado. Eu tenho é 20. “Eu quero, eu posso, eu consigo” – Frase barata, de um livro barato de auto-ajuda miserável. Mas serviu.
Conversa vai e vem, voz no ouvido, brincadeiras, risadas e o silêncio mais que oportuno se faz. O Beijo. Bom. Respiração. Adoro sentir a respiração assim de perto. A música alta ficou longe. Aquele céu azul imenso me trouxe a sensação de saltar de asa-delta. “De onde você é?! Sotaque diferente.” – eu pergunto – “Pernambuco” ele responde. Tinha que ter algo de engraçado. Meu dedinho podre ameaçou se rebelar, mas eu não liguei. Não dessa vez. Não me importei com pequenos detalhes, mesmo se tratando de um sotaque engraçado, com algumas palavras diferentes. Mesmo sendo um jeito “cantante” de falar. Embora tivesse sido inevitável imaginar de brincadeirinha nossos filhos me chamando de “mãinha”. Lógico que não saio assim me imaginando casada e com filhos com carinhas de boate, mas foi só por diversão e eu ri comigo sem despertar a curiosidade dele. Foi um riso baixo e disfarçado. Me despedi porque mais cinco minutos estaríamos nos jurando amor eterno e ao som de hip-hop não foi o que sonhei. “Feliz aniversário atrasado” ele me deseja e eu penso “se você quiser pode ser adiantado, ano que vem faço 21” e por fim um beijinho muito fofo com ar de despedida definitiva. Quando acontece na boate o prazo de validade da ralação é de trinta minutos no máximo. O tempo não perdoa, a relação desgasta. Mas saí feliz porque a naturalidade era engraçada, mas pelo menos o nome não era algo como “Roberval”, ou “Mirosmar”. O que?! O nome?! Não. Isso eu vou guardar comigo. Aquele Pernambucano que abriu a cortina para os meus 20 anos entrarem em cena.

domingo, 25 de abril de 2010

À Francesa.


Arruma suas coisas e vai, sem fazer barulho. Descalço. Á francesa. Sai da cidade, do estado, do país, do mundo. Deixa que eu mesma faça malas, guardo roupas e se possível toda sua vida numa caixa e mando pra longe. Te dou de presente uma viagem para a Terra do Nunca, não a do Petter Pan, falo da terra do nunca existiu. Fica pra lá, mesmo estando por aqui. Na minha cabeça já está no avião, já me despedi, seco, sem emoção. Disse tchau e você foi. Mesmo correndo o risco de me ver diante dessa mentira nas ruas do Rio de Janeiro em que eu me encontro e você também. Foi uma imaginação insana, porém a mais sensata dos últimos tempos. Você simplesmente se foi naquele avião que eu inventei, num vôo que criei, pra um país que imaginei e levou tudo. Toda a história: início, meio e fim. Sentimentos bons e ruins foram numa frasqueira, bem pequena, coube tudo. Cada música que me faz lembrar foi junto. Tudo. Nada de postais. Nada de telefonemas, sms, e-mails. Nada. Exilado numa terra de ninguém, por uma ditadura que eu implantei e que se estabelece sem um fim previsto.
Queima de arquivo. Perda de memória recente. Vida que segue. Curso normal. Sem lamúria, nada de drama. Não há o que sofrer pelo que não existe.
Agora curto o vento sem aquele perfume sufocante, de braços abertos sem medo de esbarrar em você, gritando nomes que não o seu. Aprendendo a soletrar palavras novas. Gostando de ritmos que nada tem a ver com o que te agrada. Totalmente avessa ao que lhe é conveniente. Satisfeita. Saciada. Orgulhosa. Vou comprar um espelho de corpo inteiro e ver como me cai bem a sua ausência. Fico mais clarinha sem sua sombra. Mais leve. Mais eu. Respiração leve, cantarolando músiquinhas, eu vou extremamente distraída pensando no que vem agora, já que o pior já passou.

domingo, 11 de abril de 2010

“Prin”: A gota d’água!




Mulher carente é uma comédia. Literalmente um filme de acontecimentos bizarros é a vida de uma mulher que sente falta de carinhos. Eu sou uma é claro. Nunca perderia meu tempo falando de solteiras deprimidas se minha realidade fosse outra. O fato é que essa semana me aconteceu uma coisa que posso classificar como “cômica, se não fosse trágica”. Pra melhor entendimento do assunto preciso esclarecer que me interesso normalmente por homens mais velhos, o por que vai se esclarecendo ao longo dessa história. Pois bem, ontem resolvi por curiosidade (mais um dos meus momentos impulsivos), conhecer alguém de 20. Que mal tinha afinal?! Deu-se início ao desastre. Pra começar era um tal de “amor” pra cá, “amor” pra lá.. O menino mal sabia meu nome já tava me chamando de amor?! Depois veio o “prin”. Com o maior orgulho o indivíduo me confessou que inventou esse apelido carinhoso: PRIN – diminutivo de princesa. Meu Deus, mas o que é isso? Já não está de bom tamanho eu estar aqui cedendo às emoções e falta de assunto de um cara dessa idade?! Seria fofo se eu nada tivesse na cabeça, se eu fosse frívola, como meninas de minha idade. Não sou. Infelizmente não passo 70% do meu dia pensando na próxima balada e que roupa vou usar pra chamar atenção do playboizinho do meu bairro. Não estou à procura de um Felipe Dylon pra me chamar de “Musa do Verão”, aliás sou bem branquela pra ser referência dessa estação. Prefiro Djavan, que tenho certeza, me batizaria de “Espécie escolhida pra traduzir o outono em si...”. Muito mais a ver comigo.
O fato é que o menino ligou a torneirinha de asneiras e jorrou tudo que pôde. Fez até planos pra “quando casássemos”. Quando ele citou essa parte eu me revoltei, é claro. - Aaaah não! Chega! Não mereço isso. Estou sozinha faz tempo, carente em grau máximo, mas como diria a boa, velha e mais clichê frase que eu conheço “Antes só do que mal acompanhada.”
Então respirei fundo e lancei um “Olha, amor!” (pensei que retribuir o apelidinho seria útil nessa hora) e continuei com: “As coisas não são assim como parecem, sei que minha página de relacionamentos pode estar cheia de frases românticas, mas a idéia não é paixão flash.” Não esperei feedback. Sai rindo de mim e orgulhosa ao mesmo tempo. Em outros tempos com tombos a menos, eu teria mantido-o na minha prateleira de guardados. Voltei então pra minha rotina habitual, com um apelidinho novo, dessa vez não carinhoso e sim debochado, depois que contei às amigas: PRIN, que pra mim foi como o som da última gota d’água, o THE END do filme de comédia que se tornou minha vida amorosa nos últimos tempos.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

S.O.S


Eu queria surpreender, chocar, ser melhor até... Sou assim competitiva, ciumenta, questionadora, mas acima de tudo: Tenho um coração gigante que ama muito fácil. Dessa vez o assunto não é homem, falo de amigos! Amigo pra mim é coisa de alma, almas que têm porque se encontrarem aqui na terra. Se sou amiga de alguém é porque existe um propósito maior, um aprendizado. Quando viver fica difícil é pros amigos que eu corro! Grito socorro mesmo e é recíproco. Funciono como emergência numa boa quando ouço a sirene de um amigo tocando!
Mas às vezes amizades também nos surpreendem, nos ferem, decepcionam. Hoje eu estou triste. Não, nenhum amigo me decepcionou, eu seria cruel demais se julgasse assim. Apenas fui surpreendida vendo o quanto um amigo pode ser importante. Na verdade hoje eu pude perceber o quanto eu gosto de “monopolizar sentimentos”. Tenho medo de perder as pessoas e crio o “direito de monopolizar”. Sim, é estranho, concordo! Difícil admitir isso! Uffa! Cada palavra tem o peso de um tijolo nesse texto! Admitir que tenho medo de perder pessoas, medo de não gostarem de mim, insegurança... Caramba, quanta confusão eu apronto comigo! Tenho medo de que um dia minha sirene toque pra alguém e ninguém venha me socorrer, ou de o socorro estar simplesmente ocupado em outra emergência. Será que o melhor a se fazer é não precisar de sirenes?! Não gritar socorro?! Perguntas complexas e é óbvio, sem respostas.
O que eu sei apenas é que não pretendo me desfazer das minhas sirenes, não pretendo evitar o grito de socorro quando me for necessário e vou estar sempre na expectativa do “quem será” que pode me ouvir... Hoje senti uma sirene falhar, tocar baixinho, piscar a luz fraquinha, mas estou aqui esperando ser socorrida, como da primeira vez que precisei.



Dedico a todos que sempre estiveram comigo, independente do tempo!

domingo, 4 de abril de 2010

O cotidiano. Dela.


Ela tá sempre por aí. Trabalha, estuda. Ponto. Ponto continuativo, sem vírgulas. É só isso que tem feito. Barzinho? Boate? Cineminha?! NÃO. Ponto. Acorda cedo todo dia, vai trabalhar com uma disposição obrigatória, aquela apenas necessária pra levantar e fazer coisas no automático. Essa não é uma questão da frustração profissional. Gosta do que faz, faz até bem. Mas o que ela quer então?! Que garota chata. Tá reclamando do que garota?! Vive tua vida, para de encher o saco com lamúrias idiotas.
Não. Ponto. Não é assim que planeja viver a intensidade dos 20. Não quer ser a inspiração de músicas do Chico Buarque, dizendo que “Todo dia ela faz tudo sempre igual”, aliás, nem do Seu Jorge com “Burguesinha” que é o sonho de toda garota soberbinha de 20. Essa não é soberba. Não sonha em manipular mil olhares, despertar todas as atenções. Quer apenas que uma hora dessas, pode ser no metrô lotado, ou nas ruas do bairro em que trabalha, alguém assim como quem não quer nada, repare em sua beleza comum. Alguém sinta o cheirinho de rosas tímido que exala quando ela passa. Alguém por aí, também perdido, querendo ouvir, ser ouvido, fazer carinho e receber. Essa troca super comum que anda cada vez mais extinta.
Em seu quarto depois de um dia cheio de rostos diferentes, depois que tem certeza de que não foi nenhum dos que viu, pega sua camisola de ex-menina e vai pro banho, não só se livrar do suor, mas pensar, lembrar, virar e revirar sua memória na busca daquele que a percebeu sem que ela percebesse. Sem sucesso. Chora, se enxágua, se seca. Diante do espelho, procura o que há de errado tendo certeza de que o errado está lá fora, no mundo que recusa romantismo. Este é o ritual de antes de dormir. O clássico “boa noite” com falsa animação e... cama. A parte boa é que o esgotamento não lhe deixa substituir o sono por choro. Dorme rápido e tudo se faz igual às 6:00 da manhã. Tudo de novo: Motivação mecânica, metrô lotado, rostos diferentes e vazios, dia cheio com um fim vazio. Ponto final.


Ao som de: Música - Vanessa da Mata

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Eu quero assim..



Botei na cabeça que escreveria alguma coisa e hoje e estou aqui, sabe-se lá a merda que não vai sair. O fato é que já faz tempo que não desabafo comigo, aliás, comigo em termos porque acabo expondo o que escrevo. Adoro me colocar a mercê de julgamentos, mesmo sabendo o risco que corro.
Opa! Correr riscos?! Comecei bem. Quero falar disso!

Quanto tempo que não me sinto no topo de uma montanha-russa. Quanto tempo que não me sinto a cinco segundos de cuspir meu coração. Nossa, faz bastante. Falo de fazer loucuras, do que vier na telha... Falo de ser inconseqüente, sentir EMOÇÃO, não só o coração pulsando, mas o corpo todo. Não me refiro a pular de bungee jump pelada,e antes que pense que eu quero fumar maconha e andar andar gargalhando entre carros na Via Dultra: NÃO. Esse é mais um de meus textos sobre paixão. Mas dessa vez o lado gostoso da coisa. Eu me refiro a sentir aquela pontinha de frisson quando pensamos no cara, a quase perder o sentido das pernas quando lembramos da noite anterior. Não que eu não esteja apaixonada, mas o que eu sinto agora é bem diferente. Tô naquela fase sofrida sabe?! O final de tudo, quando em vez de borboletas no estômago, sentimos um trem arrancando tudo lá dentro.

Eu quero voltar a enxergar pequenos detalhes dessa vida. Quero voltar a ver graça em brincadeiras de criança, reparar a cor de uma borboleta, não achar ridícula uma serenata no metrô (acredite, eu não inventei essa parte, vi com meus próprios olhos). Quero ver PS: Eu te amo sem me revoltar com quem inventou esse tipo de amor e apenas ter certeza de que comigo também seria assim, mas graças a Deus não é porque ele está bem vivo, comigo bem aqui ao meu lado, assistindo também! Ué, por que não um cara que assiste PS: Eu te amo comigo?!

Eu quero aquele que vai me arrancar o fôlego, mas não de dor e sim de ansiedade! Ansiedade pra que ele me beije logo, pra que pare de apenas me olhar com desejo total e absoluto e venha logo me arrancar gemidos ao invés de suspiros.
Sonhei demais?! Será?! Ah, tem gente que acredita até em duendes, eu quero acreditar que vou namorar o supra-sumo do amor, ok?!
Aquele que vai gritar meu nome quando estivermos no barzinho preferido, os dois embriagados não só de amor, mas de álcool! Morrer de rir junto comigo e ainda ser capaz de me defender da cantada de pedreiro vinda de algum idiota na mesa ao lado. Eu quero um sonho de homem, com uma beleza que “me” satisfaça, um jeito que “me” agrade, um cheiro que “me” prenda, uma pegada que “me” deixe tonta. O super-homem não com super poderes, mas com uma puta disposição pra me amar, me agradar e despertar em mim o mesmo desejo. Eu quero aventura em mais de 2 horas de filme, eu quero em 24 horas, semanas, meses, 365 dias do ano sentindo emoção, algumas no topo da montanha, outras na beira da praia com o barulho calmo do mar, mas sempre com a mesma adrenalina, causada apenas pela presença.

“Eu quero parar agora de pensar no que ontem foi doloroso e substituir totalmente pela adrenalina sufocante de amar sem medo e não ter tempo pra pensar em nada por estar descendo na montanha-russa de emoções que uma paixão pode me proporcionar” – Piegas, mas verdade. É isso.

Que é pra ver se você vem..


Hoje eu tô aqui ouvindo Adriana Calcanhotto e me identificando com todas as frases de “Nada ficou no lugar”. Todas as minhas reações, choros e revoltas se resumem a apenas um trecho dessa música: “...Que é pra ver se você volta...”
Nem tô assim tão inspirada pra escrever coisas lindas e sentimentais, mas isso aqui me alivia e hoje acordei com 1.000 quilos no peito.

Definitivamente eu não tenho 19 anos. Não pode ser. Eu deveria estar agora me recuperando de um porre e tentando lembrar o nome de um dos caras que beijei ontem, mas não posso, porque não saí e não beijei ninguém. A não ser você, em sonho. Quando meus lábios iam tocar os seus... Acordei, com a certeza de que vai demorar séculos pra eu sonhar novamente. Onde está todo o entusiasmo de uma menina de 19? Cadê os planos que eu deveria fazer pra night do fim de semana? Por que eu não ouço funk o dia todo ensaiando coreografias pra que me achem sensual? Por que eu não jogo os cabelos quando passa aquele carinha desejado por todas?

A verdade é que eu teria 30 agora com muito gosto, se soubesse que isso te traria pra mim. Se eu tivesse certeza de que todos os seus beijos e olhares de cobiça seriam meus, EU TERIA 30. E seria a trintona mais feliz e menos preocupada com rugas e celulites. Porque teria você.

Passo horas dos meus dias pensando em possibilidades, mudanças, surpresas. Aliás, SURPRESA é a palavra que mais me ronda ultimamente. Como eu gostaria de receber um telefonema seu, me dizendo que quer me ver e descobrir o quanto eu posso te completar. Ou olhar pela janela do prédio em que trabalho e te ver lá embaixo, com um buquê das rosas mais vermelhas que encontrar, apenas porque sabe que são especiais pra mim. Ou novamente receber uma daquelas mensagens que diziam: Bom dia, hoje o sol nasceu apenas pra irradiar o seu lindo sorriso! Beijos e bom trabalho.

Nossa! Quanta coisa romântica, em nível de filme a minha imaginação fabrica. Lixo meloso que nenhuma produtora de fundo de quintal aproveitaria. Mas é assim, enquanto Adriana quebra xícaras, arranha discos e invade almas eu fico aqui, imaginando roteiros de filmes que todo mundo só assiste quando toma um pé na bunda e inventando mudanças em mim que eu mesma talvez nem aprovasse. Tudo isso:


“...Pra ver se você olha pra mim...”

As ROSAS não falam?!??!


As Rosas falam TUDO! Converso com elas. Entendemos-nos. É recíproco mesmo. Gosto de compará-las à minha felicidade, onde cada pétala representa meus desejos e conquistas. Quanto mais pétalas tem minha rosa, mais feliz fico!

Nesse momento eu tenho uma rosa linda em minhas mãos, ela me olha e eu retribuo sem dizer nada. Nós duas sabemos o que falta! Pela primeira vez uma única pétala se faz necessária! Entre todas elas, a ausência de uma.. “Daquela” pétala, deixa um espaço imenso! Impossível não notar. É um vazio, um vácuo, um buraco eu diria.
Pequena e frágil, porém a mais esperada de todas. Como pode uma coisinha tão singela ocupar um espaço tão grande?!

Disseram para eu não esperar porque ela vem no vento. Mas e se não for a que eu tanto espero? E se não combinar com a vibrante cor da minha rosa? Será que o vento sempre faz a coisa certa?!

Começo a deixar de lado tais questionamentos para apenas acreditar que ela vem. Não qualquer pétala, mas aquela que vai preencher exatamente o meu vazio. Não me preocupo mais em como e quando. Só sei que virá. Eu sei que uma pétala não pode vagar no vento, por aí, sozinha eternamente. E quando o vento trazê-la, vamos enxergá-la de longe, eu e minha rosa, com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos e vamos recebê-la jurando-lhe nunca ter duvidado de sua existência.

Escrito por Thayane Rocha, ao som de “As rosas não falam – Cartola”

SI-FU-XI-PÁ


Sentimental. Do tipo que morre por um amor, mas continua sempre viva pra contar todos os amores por quem morri e sobrevivi.
Me apaixono toda hora, me iludo, me fodo. Mas continuo sempre aqui: viva e nunca petrificada. Me declaro, choro, imploro, sofro.. Sempre Maysa demais, mexicana demais, extremista demais. Aliás eu sou sempre DEMAIS.

Gosto sim de frases feitas do tipo: “Sou 8 ou 80, porque água morna não serve nem pra fazer chá” ou “Se não me agüenta, fica com a Sandy”. Sou do tipo que vai até o fim e se não der certo, curto fossa de ouvir Alcione e juro matar ou morrer sem sair do meu lugar: O chão que eu encontro escorregando parede a baixo. É.. dramas e intemperidades são o contexto do meu espetáculo. Um palco só pra mim é o que eu quero sempre. Atuar, gritar, chorar, me mijar de rir.. Às vezes para um grande público, às vezes um show particular, ou simplesmente ensaiando na coxia: Meu quarto.. eu e eu.

Converso comigo, me pergunto “por quê?!”, me chamo de burra e idiota e no fim caio na gargalhada comigo, ou seja, eu sou o público que sempre sonhei! Não preciso de nada, a não ser de um espelho limpo e grande, afinal quero analisar cada expressão corporal, sorriso maléfico e cara de boba que esta grande atriz à minha frente tem a me oferecer. NARCISISMO, esse vai ser o nome do meu monólogo daqui pra frente.
Fazendo minha faxina me dei conta de que nada se aplicaria melhor ao meu novo público. Tirei perucas e maquiagens. Pretendo aposentá-las por uns tempos.. Vamos ver como sai o espetáculo de cara limpa !

Estou aquecendo a voz com aqueles sons estranhos que emitem os atores antes do show começar... As cortinas já vão se abrir e eu vou olhar nos olhos de quem me assiste e dizer: Oi, sou a Thayane, sou dramática e feliz! Se gostar me aplauda, se não, sinto muito, É O QUE TEM PRA HOJE !


Escrito por: Thayane Rocha, ao som de Amy Winehouse ! ‘kkkkk’

Dia de FAXINA !




Chega um momento na vida que fica impossível manter todas as emoções e sentimentos sob controle! Pois bem... pra mim chegou. É à hora em que tudo entra em análise, balanço, dar um tempo, pit stop, parada obrigatória, pausa, ou seja lá qual for o nome que se dá. Eu particularmente gosto do mais simples e direto: FAXINA.

Jogando cartas e lembranças fora, separando em caixas, velhos pensamentos que ainda me valem e o que não for mais útil: lixo também!
Não estou em crise, não preciso de análise, não sou digna de piedade... Estou apenas reconhecendo que a vida não pode ser sempre a mesma... É preciso levantar, limpar toda sujeira que se espalha pelo chão, quebrar qualquer espelho que não reflita o que eu quero, jogar uma boa mão de tinta colorida em tudo que ainda é de preto e branco ao meu redor.
Feito isso, cuido de mim: levanto do chão, aposento o esfregão e as vassouras, guardo todas as caixas no lugar, tomo um longo banho de Victória, vou ao shopping me dar de presente uma bela tarde de perua, com direito a salto 15, vestido vermelho, óculos enormes, unha rosa chiclete, bobs no cabelo, maquiagem de pin up e andar de Diva. Aí sim, estou pronta. Encerrei o ciclo, nova e cheia de disposição. Perfume novo, olhar novo, pensamento novo. VIDA NOVA!

É ISSO.. OBRIGADA A QUEM ME DÁ FORÇA, EU VOU LEMBRAR SEMPRE! E NÃO SE PREOCUPEM, QUEM VALE À PENA, VAI RESISTIR ÀS MINHAS AVALIAÇÕES !

Thayane Rocha.