domingo, 24 de outubro de 2010

Henrique.


Ontem ele disse que eu nunca escrevi nada pra ele. E me dei conta de que era verdade. Como pode?! É óbvio, boa parte do que tenho aqui, foi escrito por causa dele, mas nunca de forma direta. Ele é o tipo de amor que nunca acaba. Eu vou e volto, tenho mil relações relâmpago, paixonites, mas o amor dele tá sempre presente. Aqui dentro, quietinho. Ele é o solteirão de 30, lindo e charmoso que só de pensar, fico louca assim como da primeira vez que o vi, usando aquela roupinha branca, o Ray Ban que já é marca registrada, aquele cabelo liso que ele joga de um jeito provocante, o brinquinho na orelha e aquela tatuagem no braço. Ele é o tipo de cara que atrai mulher carente daquelas que babam o cara, só pra tirar uma foto mostrando intimidade e exibir pras outras carentes, sabe?! Vacas. Eu morro de ciúmes. Mesmo não podendo. Eu sou a carente mais carente do histórico dele. Mas eu sei que posso. Ele me diz que posso.
Eu sou aquela que liga às duas da manhã, de uma sexta-feira, fingindo não saber a inconveniência e não me importo em não ter assunto. Ignoro o barulho em volta e desabafo meus outros amores, sempre deixando claro que foi porque ele não estava comigo que tudo aconteceu. Tenho a liberdade de dizer ‘Eu te amo’ a hora que quiser. Já me acostumei quando ele fica sem graça e foge do assunto. Adoro o jeito como ele foge das minhas provocações e outras vezes, acaba cedendo. Adoro quando ele atura meus dias de bipolaridade sem dizer que estou um saco. E o jeito como diz que vai tomar banho, só pra não me mandar parar com a pressão psicológica. Odeio o flamengo por causa dele. Morro de ciúmes do amor que ele declara aos quatro cantos pelo time. Ele é o único que está presente, até quando ele é o assunto (eu desabafo com ele, sobre ele). É um amor estranho, uma relação estranha. Ele gosta de Djavan e Caetano e eu de Maria Gadú. Ele disse que ouve “Rapte-me Camaleoa” e lembra de mim. A gente gosta de “Ne me quitte pás”, ele na versão da Edite Piaff, eu na versão da Gadú. Eu sou a espevitada dele e ele vai ser meu Shrek pra sempre (queria ser uma Fiona espevitada). De alguma maneira, mesmo que estranha, a gente se completa.

Escrito ao som de Pétala na versão da Cássia Eller, porque ele gosta. 



4 comentários:

  1. THAY É UM TALENTO QUE NÃO PODE FICAR ESCONDIDO, É FRUTO DOS MAIS "SABOROSOS"...DEVE SERVIR DE INSPIRAÇÃO E ATÉ "TRANSPIRAÇÃO" DO MAIS PURO SENTIMENTO HUMANO!!


    BEIJOS.. TE ADORO!!

    Ass. HENRIQUE MONTEIRO

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  2. Eu adorei o seu post. Você usa uma linguagem simples que atrai, parece uma conversa, quase tive a impressão de estar ouvindo a sua voz contando a história. E esse Henrique é um sujeito de sorte, invejei.
    Parabéns!

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  3. Muito Obrigada Valdir! E o Henrique é esse que comentou acima de você! Hahahahhahaa

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  4. Nem preciso falar que sou fã número 1 dessa menina, não é mesmo? Acredito eu que escrever bem não se aprende nas escolas, pois nasce conosco e nos momentos mais inusitados de nossas vidas.

    ADORO seus textos, mas esse, com absoluta certeza, tem um "Q" de especial. PARABÉNS pela coragem de colocar em palavras escritas um sentimento único e que pertence apenas a você. Só uma mulher de garra é capaz de tal coisa.

    Bjs

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