domingo, 8 de agosto de 2010

Louca?! Pra mim não.


Preciso falar. Mas comigo apenas. Já deixei que fosse embora quem me oferecia paz interior. Já não posso mais pedir que cuide de mim. O jeito é escrever. Escrever para que de forma maquiada eu possa lamentar o que já está fadigado aqui dentro. Sentimento velho, curtido. Não há mais porque falar sobre com ninguém. O jeito é me esquecer aqui no quarto, aproveitando minha própria companhia. Eu que sou o que me resta. O jeito é gostar só do meu cheiro pra não sentir falta de um outro. Me confortar com minhas próprias palavras pra não procurar aquelas. Olhar no espelho e me satisfazer com a minha figura incompleta para não procurar aquele olhar reconfortante. Esperar que uma hora eu já não lembre mais e consiga comentar sobre o noticiário, novela ou qualquer outra coisa comum. Aguardar a hora de ir pra rua e dar boas-vindas à volta da minha alegria. E parar de me perguntar como aos 20 anos me permiti chegar a esse ponto.



Às vezes vem aquela sensação do “se”, “se tivesse feito”, ou “se NÃO tivesse”. Acho até que o “não” se apropria mais nesse caso. Mas quase sempre concluo o que me diz uma música do Renato: “Agimos certo sem querer, foi só o tempo que errou”. Sim. O tempo não favoreceu. Não tive como agir friamente, antes que a paixão me invadisse, muito menos de usar minha inteligência feminina para conquistar e seduzir, mas ainda assim agi certo, segui aquele que dizem mais sábio – o coração – que no meu caso, também carinhosamente chamado de máquina mortífera.
Há quem diga até que já enlouqueci. Falar ainda dessa história velha, eu ainda tão nova. E é por isso que fico aqui, não me considerando louca ainda apenas por um motivo: loucos conversam sozinhos, falam o tempo inteiro consigo mesmo, o que no meu caso não acorre. Aliás, quase não se ouve minha voz, troquei-a pelo som do teclado

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